domingo, 2 de junho de 2013

O seu, a seu dono!


Caro Cardoso,
 
Mataste a N´Riquinha para ressuscitares as Mabubas.
É uma boa troca.
Mais: é uma troca justa!
À N´Riquinha tudo foi contado, nada foi escondido das coisas que correm no coração dos Homens. Ficou a nu e mais bonita. Foi feita  a catarse de um tempo que se colou à nossa à alma e alimentou a amizade que ainda hoje se consolida todos os anos.
 A N´Riquinha perdeu o encanto e a magia dos grandes segredos guardados a sete chaves nos confins da nossa juventude. É hoje um ponto perdido no mapa de Angola e um paraíso distante na nossa memória. Distante, mas vivo dentro de nós. Não houve sentimentos encobertos e enganosos nesta viagem pelas Terras do Fim do Mundo.
Recordámos as cores, os cheiros, as gentes, os risos, as lágrimas, os bons e os maus momentos, e, limpámos, de vez, os olhos da imagem distante das areias do Kuando-Kubango.
A N´Riquinha, já foi! Vem aí a saga das Mabubas!
 
Caro Cardoso,
Quando iniciei esta aventura do blog, tinha por objectivo ir colando, por aqui, umas histórias sobre um período das nossas vidas, cada vez mais distante no tempo, mas ainda próximo das nossas memórias já cansadas e envelhecidas. O blog cresceu à tua sombra e tornou-se num fabuloso exercício de memória da História da C. Caçadores 3441. Há muito que deixei de tentar escrever o que quer que fosse. Tu representas a Memória Viva de todos nós, companheiros dos vinte e poucos anos. O blog é teu! Considero-me o gajo que fez os estatutos da sociedade e tu o tipo que lhe deu corpo e alma, tornando-a num hino ao nosso passado e à nossa vivência comum durante mais de 2 anos.
Obrigado por tudo.
A N´RIQUINHA MORREU! VIVAM AS MABUBAS!

2 comentários:

Egidio Cardoso disse...

Matei a Neriquinha e vou tentar ressuscitar as Mabubas.
Mas, a verdade é que me custou cumprir esta espécie de homicídio de estórias. Ainda no último almoço anual, mais uma vez me convenci que muitas mais haveria para contar. São, contudo, episódios a que eu não assisti ou que não me lembro ou então não me contaram a tempo.
A viagem para as Mabubas, que durou quatro longos dias naquela diagonal pelo extenso território angolano, ainda dará para, pelo menos, dois episódios e isso significa que só começarei o capítulo Mabubas lá para Setembro.
O Problema é que o bocado das nossas vidas naquele paraíso que nos foi oferecido para compensar o inferno da Neriquinha, está meio difuso na minha memória. Embora mais recente, a descontração da nossa vivência ali, provocou falhas no processo de gravação.
A ver vamos.
Um abraço

Anónimo disse...

ig Pinto- Gostei de ler Egidio. Texto claro,devidamente esclarecedor do que foi a partida. Parabens Também segui por via terrestre e recordo me da passagem do meu testemunho ao camarada enfermeiro que me substitui, dos equipamentos( dentro da enfermaria) e os contidos num atrelado sanitário, cujas carateristicas em tudo indicavam ainda ser uma herança da 2ª grande guerra) medicamentos. Recordo este episódio,pelo fato de ter sido bem ludibriado quando recebi o tal atrelado. Com os meses decorridos foi possível contornar diversas situações, com os ditos autos de destruição( sempre apoiado pelo nosso estimado primeiro Pinto) e que permitiu passar toda a dotação, sem constrangimentos).Relações assinadas e lá deixamos aquelas terras longinquas.Gostei de recordar o que tão bem descreveste. Um abraço