![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9Sh1MiulN8-a13vFjAhOq2mmE2_m1tt3U1wFo2U72gVEUmY_LEPumlsC8Jz7_tcrCTAmCcmvDWdBVorzCU5cTtEQH6ICw1IkA9JkJ5nIdIFukTKugCWNyjtXy7paqbxmzJw5pogvUrX4/s400/sld0005.jpg)
Inicialmente mais parecia não passar de um entretém que ocupava diariamente o cabo Coelho. Nem a área nos parecia suficiente nem a aridez envolvente prometiam grandes colheitas, pelo menos algo que valesse a pena.
Sim, seria mais uma forma de nos
aproximar dos costumes lusos, dando corpo à máxima de que onde haja um bocado de terreno o português faz uma horta.
Mas naquele lugar nada pode ser comparado ao nosso rectângulo à beira mar plantado. O que quer que se lançasse à terra crescia desmesuradamente e a uma velocidade inesperada. Um poço com poucos metros de profundidade escavado ao lado fornecia água em abundância. Uma alavanca com um balde na ponta e alguma força braçal
faziam correr pelo terreno, sempre que fosse preciso, a água necessária para a rega. Isso, o conhecimento do ofício por parte do cabo Coelho e o trabalho dos dois ajudantes, jovens assalariados recrutados na população, muito sol e chuvas abundantes, era tudo o que era necessário,
Feijão verde, alfaces e pimentos com o dobro do tamanho dos que conhecia, permitiam compor a ementa do cozinheiro. Umas sementes de tomate, creio que vindas do Algarve por intermédio do capitão (algarvio de gema) transformaram-se rapidamente em plantas enormes, garantindo uma
colheita diária de tomate fresco e adocicado. As saladas eram bem vindas e a quantidade deu em certa altura para servir salada a toda a companhia. Até amendoim se semeou.
A evidente fertilidade daquelas terras inspirou o capitão. Um dia decidiu que se faria uma horta para a população local. Com tão poucos recursos disponíveis, uma produção hortícola logo ali ao lado, seria certamente um bom aconchego a estômagos habituados a pouca coisa.
Envolveu os GE’s, o Soba e os Séculos, constituiu uma equipa, escolheu-se o local e metemos mão à obra.
Limpou-se uma área considerada suficiente, deu-se início à
abertura do buraco à
procura de água, ali disponível a pouco mais de meio metro de profundidade, e tudo ficou pronto para a sementeira.
Creio que nunca ali foi plantado o que quer que fosse e rapidamente o capim tomou conta do espaço. A população não estava habituada a comer tomates, pimentos alfaces ou feijões e obviamente não deu
seguimento ao projecto. A sua agricultura, naturalmente de subsistência, reduzia-se ao milho e ao massango que as mulheres semeavam no início da época das chuvas em pequenas áreas espalhadas pela mata. As abundantes chuvas que regavam a região durante mais de metade do ano eram mais do que suficientes para dessedentar culturas tão pouco exigentes. Depois era esperar pela altura das colheitas, transportar as espigas para o Kimbo, mais uma vez pelas mulheres, ou então com a ajuda das nossas viaturas. O grão era por fim guardado em celeiros artesanais co
m cobertura de capim e empoleirados em
paus que os elevavam acima do solo.
Lembrei-me várias vezes do meu pai. Madeirense, habituado desde sempre a ver cada insignificante leira de terra aproveitada para o plantio de tudo o que era necessário, acharia estranho aqueles imensos baldios a perder de vista, totalmente desaproveitados. Ainda por cima uma terra macia, fácil de trabalhar e com água em abundância.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeQGHXOvvG6Tp5Bo4EVmLtBckSyHu1xDGhV9ITQZAPUWe5EwtrWW2DgNpaB2oOxh5w_CmbsD9eWxciOzVCybPngM6eNQCVknfy2JvS8eWL95pQAUsV_e98i_hREap4RJ9twgdIqLYkvE8/s400/098+NRQ0009.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga3nLI8Q84GzPtYM_DT_0LhiYYnbAdowmpi4Lop8wH9t06A-PbRUTuKYqWIwd0TPuJtQ-v1SMuyEPmEXTZjnnOl3R96Q6YP_xTfm9jGljzGAadOvMIIdey1b1FGrv7bvS4BPwwJnUWz-A/s400/GC0060.jpg)
Mas naquele lugar nada pode ser comparado ao nosso rectângulo à beira mar plantado. O que quer que se lançasse à terra crescia desmesuradamente e a uma velocidade inesperada. Um poço com poucos metros de profundidade escavado ao lado fornecia água em abundância. Uma alavanca com um balde na ponta e alguma força braçal
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8KHCiIVt5zC6Fwx4AR2x0vahkGa2SA2B3u_Z87lekcbkEqeA6CN4D7M9A3s6dRbjaMlR-9n6xPp1hL7am-E8cSgtF_o-BZeZIxpBiIvhpHZT3cFQ2vbgWRwxDDwkGdRlnP6b9qaKtEw4/s320/101+NRQ0012.jpg)
Feijão verde, alfaces e pimentos com o dobro do tamanho dos que conhecia, permitiam compor a ementa do cozinheiro. Umas sementes de tomate, creio que vindas do Algarve por intermédio do capitão (algarvio de gema) transformaram-se rapidamente em plantas enormes, garantindo uma
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBulCeSWXiQS_I38w2QXiCCIgMgOjOOuqNmNzMwrvZLHKQYtHMIRAkdbH1x3_7n9q1Eg3FdqlmkmIWjbemQDdRraPwwb8HkVU1F0x2wK9O47uqFVBahmiuevxtw4raJW_xJYtnybvXaWU/s320/102+NRQ0013.jpg)
A evidente fertilidade daquelas terras inspirou o capitão. Um dia decidiu que se faria uma horta para a população local. Com tão poucos recursos disponíveis, uma produção hortícola logo ali ao lado, seria certamente um bom aconchego a estômagos habituados a pouca coisa.
Envolveu os GE’s, o Soba e os Séculos, constituiu uma equipa, escolheu-se o local e metemos mão à obra.
Limpou-se uma área considerada suficiente, deu-se início à
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBHBO1_aE2J2DIfWL8XNtUVhcSt4lsMkQYgcIcy3wcZt8ZvvaqG-UtuKHW_yiH5VVvsAjWAxp7piWtB8DBQmWRM5OyN3HOVb7lp4NnN3tCsSz3XR9Rh2tyyWYW4VmsSMWi23j-cRH522Y/s200/108+NRQ0019.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhz2S34NlOAGxjIaPN0yb8QuHi_HqMEIXlUYJeTPauhE41KAqgquuHLsG9jlWgKSe87BNYEEUzw_fJH8cyDTq-Y3zHPKxVpYtZW6UQ41WHTbXy7YZERzgCzkUQfcrKPmtTQVyAwjEh61qw/s200/GC0019.jpg)
Creio que nunca ali foi plantado o que quer que fosse e rapidamente o capim tomou conta do espaço. A população não estava habituada a comer tomates, pimentos alfaces ou feijões e obviamente não deu
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhadD7O_R2MF8FhAPeCHUlb5GS251MoNIGYxeiG7Ri5HPMj17SFwSvLp320kRE3qW1XnfTlTdgfoCNL8Jz3wha9oohiWwYzIOJ6IHnkHMPyC_AXO3ph9mg3kqNGvZL6mEtJWVj-UVUbD-U/s200/GC0020.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvWWRGCd6ukGEXcoCJZ7_DLZfH8KU6qA_u_h_ytB59fSv9VN3CIHrZqj0jJTT6QR-HhELT08poKI6Em1Qut_e3yvEeY1uw04qJlhOyJClSg51ptVlVlFRDiBV3JSmd1P-IzdFdapYXPyI/s200/GC0036.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidnNHWw5jh3oDdPtoqKoAq-65xxpCtmrskDMkH4EZ1bsxmcpFujdDpaON2ITRKeMiJbPYMUDMQiWIa2TQ5KFwk108wMz1BV_LzduMWVSj-TvsivH9bAXo9exNI83zANlpUDOZvToQvRz8/s200/GC0038.jpg)
Lembrei-me várias vezes do meu pai. Madeirense, habituado desde sempre a ver cada insignificante leira de terra aproveitada para o plantio de tudo o que era necessário, acharia estranho aqueles imensos baldios a perder de vista, totalmente desaproveitados. Ainda por cima uma terra macia, fácil de trabalhar e com água em abundância.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3ZEYDO39mtzA1Yt5shQpkniw62A0cwwPxCKcGkJnd5Wdu5oYD-pOnpe8kg5UI-o2glachE0egVCl53LlNlTdGBRXPrXrdqxU1PeIlhCNyIMtOUk4UP2LIo27Q2FDtgxai2WEFImIMzOc/s400/GC0024.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeQGHXOvvG6Tp5Bo4EVmLtBckSyHu1xDGhV9ITQZAPUWe5EwtrWW2DgNpaB2oOxh5w_CmbsD9eWxciOzVCybPngM6eNQCVknfy2JvS8eWL95pQAUsV_e98i_hREap4RJ9twgdIqLYkvE8/s400/098+NRQ0009.jpg)
Sem comentários:
Enviar um comentário