Na N'Riquinha, havia um albino. Ao que sei, era um albino completo pois toda a sua pele era branca pela falta de melanina, tinha dificuldades de visão durante o dia, pois, possuía uns olhos muito claros e todo o cabelo era branco.
Nunca soube o nome dele e duvido que alguém da companhia o soubesse: era, simplesmente, o Albino.
Dada a sua condição, era raro ver-se durante o dia e, quando isso acontecia, estava sempre recolhido à sombra de forma a evitar as queimaduras que a exposição ao sol lhe causava na pele bastante sensível .
Recordo-me, no entanto, de o ver passar à noite a deslocar-se como um gato, pois os seus olhos bastante claros, carregados de bastonetes, permitiam-lhe uma soberba visão nocturna. Pelo que fui percebendo, não era segregado pela população, mas, pelo contrário, respeitavam a sua condição e era bem tratado.
2 comentários:
A forma como o Albino era tratado e respeitado pela população, contrastava com os hábitos de muitas etnias africanas onde os albinos são segregados e muitas vezes mortos por questões relacionadas com superstições.
Pelos vistos, os ganguelas não tinham esses estranhos hábitos.
Talvez por isso mesmo,serem negros?
que esse "esquecimento"da natureza
acontece?.Há brancos Albinos mas,
parece-me serem mais afectados os
negros.Não tendo estado em Angola,
também observei em Moçambique a
mesma situação em mais que uma pes_
soa.Aqui na Europa, ao longo da vida,vi um ou dois.
Carlos Nabeiro.
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