Todos temos ainda a ingrata memória do assassinato do
Virgílio Cabral, conhecido entre os seus companheiros da guerra como o “Bacalhau”, barbaramente
assassinado a golpes de faca que deixavam transparecer uma raiva selvagem, o bastante
para ser notícia de primeira página de jornais.
Passado todo este tempo, cumpre dar a notícia que, após aturadas investigações, a Polícia Judiciária descobriu
o assassino. Afinal, era alguém que o infeliz do Virgílio costumava levar lá para
casa. Parece que o móbil principal do crime teria sido o furto de umas
economias, imprudentemente guardadas numa gaveta qualquer.
O autor de tão selvática atitude encontra-se preso no Brasil, país de onde é oriundo e para onde fugira após a bárbara matança.
O autor de tão selvática atitude encontra-se preso no Brasil, país de onde é oriundo e para onde fugira após a bárbara matança.
O Virgílio pode agora descansar em paz; afinal, algo a que todos têm direito
1 comentário:
O Virgílio Cabral foi o que quis sempre ser, mas foi também um dos nossos.
Como tal será sempre lembrado, sem esquecer, carinhosamente, que se tratava, do que se convenciona apelidar, de "um bom malandro...", alinhavado por uma Lisboa que vendia elétricos aos pacóvios e bilhetes premiados aos ávidos da fortuna.
O "Bacalhau", como era conhecido, podia ser mais uma personagem a ilustrar o fino humor de Mário Zambujal; mais malandreco que maldoso.
O desfecho que agora encerra o seu trágico desaparecimento deixa-nos um certo apaziguamento de sentimentos e a sensação de que acabou por ser feita justiça.
Aplaudamos as autoridades judiciais e deixemos partir em paz a sua memória, de que restará sempre o lugar vazio de um dos nossos.
Felicitar mais uma vez o Egídio por trazer a notícia incluindo-a neste nosso repertório de parte da nossa vida.
Pedro Cabrita
Cmdt. da Companhia
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