sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Reconstrução de aeródromos no Cuando Cubango

Segundo a ANGONOTÍCIAS em despacho de 05 de novembro passado, o Governador Higino Carneiro (Menongue) anunciou a intenção de reconstruir cinco aeródromos do tempo colonial, entre os quais o do nosso conhecido Rivungo. Lendo a notícia, descobri que o aeroporto de Menongue (ex-Serpa Pinto), tem o nome de Comandante Kwenha.
Será o mesmo Kwenho que nós conhecemos como meio irmão do Fulay Monjuto e que seria o lider do grupo, na altura inimigo, que foi responsável pela chacina (ver aqui) a que se faz referência neste blog e na qual o Fulay perdeu a vida?

5 comentários:

Anónimo disse...

Se o aeroporto de Menongue levar o nome de Kwenho, este só pode ser herói do MPLA, e provavelmente alguem daquela região.

Mas se for heroi até pode não ser do tempo colonial, pois que durante os primeiros anos da guerra o MPLA não andava naquela região.

E quando se dá o 25 de Abril, há muito tempo que os GEs e a Unita se encarregaram de afastar o MPLA daquela região.

Sem falar nos sul-africanos que já nos apoiavam abertamente.

Como os últimos 4 anos da nossa guerra entre Mavinga, Serpa Pinto e Cuangar, ou seja todo distrito de Serpa Pinto não havia sinais do MPLA, podia também esse tal/vosso referido Kwenho ser da UNITA e aí já não seria o que deu o nome ao aeroporto.

Será que quando havia ataques do IN a tropa sabia sempre quem era o movimento que atacava?

Cumprimentos

Antº Rosinha

costa.2006@hotmail.com disse...

Há uma rua em Luanda com o nome de Comandante Kwenha: não sei se é o mesmo de quem estamos a falar. O aeroporto de Menongue chama-se Comandante Kwenha e não Kwenho. Poderemos não estar a falar do mesmo combatente.

Egidio Cardoso disse...

Apercebi-me logo dessa diferença.
A minha dúvida é mesmo essa: será a mesma pessoa?
Possivelmente não.
Não me parece que um combatente da Kirongosa (Kirongosi?) que morreu antes da independência, fosse tão importante assim.

fmoreira disse...

Boa noite, pode-se dizer que estão a falar da mesma pessoa.
Normalmente nos documentos militares portugueses, nomeadamente no Subsector de M'Pupa, Cuando Cubango, aparecia referido como Cuenhe, Comandante do 4º.Esquadrão (CUENHE) – Coluna nº. 3 (Base Sikongo – Zâmbia)da III RPM do MPLA, referente ao Cuando Cubango. Em documentos angolanos aparece umas vezes referido como Kwenha e noutras Kwenho. Este comandante foi abatido pelas NT na Operação "Rubi ZH" iniciada a 08Jan73.Foi durante a realização desta operação que o chefe do esquadrão Cuenhe/Kwenha/Kwenho foi abatido por comandos pertencentes a duas companhias que estavam estacionadas na Coutada de Mavinga. Com a morte de Cuenhe ficou também desarticulado este poderoso esquadrão do MPLA, contribuindo assim para a retirada das forças do MPLA do Cuando Cubango, em direcção ao refúgio das suas bases na Zâmbia.
Normalmente este Esquadrão IN comandado pelo Cuenhe encontrava-se referenciado na região das nascentes do Rio Cuima, e algures na savana imensa da Quirongosa, a partir de bases móveis, suficientemente afastadas e difíceis de localizar, salientando-se a sua mobilidade e espírito agressivo, e o valor combativo e preponderante exercido pelo seu Comandante (Cuenhe ou Kwenho).
- Calculavam-se os seus efectivos em cerca de 60 elementos IN armados.
- Este Esquadrão actuava na área do subsector do Cuito Cuanavale e em Junho e Agosto de 1972 havia já causado apreciáveis baixas às nossas tropas. Em Junho, durante a operação Turbina 2/H infligiu 13 mortos às NT e em Agosto de 72, 8 mortos durante a operação 4/IH. Como referido foi interceptado durante a operação RUBI/ZH realizada na Coutada de Mavinga, entre 8 e 26 de Janeiro de 1973, e todo o seu grupo sofreu pesadas e irreparáveis perdas.
Foi um dos Comandantes "históricos do MPLA, a par do Gika e outros. Cumprimentos, fmoreira

Egidio Cardoso disse...

Estamos então a falar da mesma pessoa, a que comandava o grupo de guerrilheiros que matou barbaramente 13 GE´s no Tossi, entre eles o Fulay Monjuto que chefiava o grupo de GE´s da Neriquinha e que se dizia ser seu meio irmão - a 3441 participou nessa operação.