domingo, 19 de setembro de 2010

O REFEITÓRIO

O refeitório, plantado a meio caminho entre a cozinha e o depósito de géneros, era um espaço com evidente aspecto de provisório que se transformou em definitivo.
É verdade que apenas era ocupado pelo curto espaço de tempo que dura uma refeição. Mas ainda assim, muito precário e por vezes impróprio para servir refeições. Desprovido de paredes, não era mais do que um tosca estrutura de barrotes de madeira coberta de chapa ondulada retorcida e ferrugenta.
Quando a chuva vinha tocada a vento, era como se se estivesse na rua. No tempo do cacimbo, o pó cinzento e avermelhado das cercanias era empurrado por qualquer brisa mais animada para cima da comida, codimentando-a com especiarias indesejadas.

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